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Estágios do Desenvolvimento para Henri Wallon

 Henri Paul Hyacinthe Wallon, foi um psicólogo, filósofo, médico e um político muito influente na França. Começou desde jovem seu interesse pelo desenvolvimento e pelos processos mentais, atuando com crianças portadoras de deficiências e com feridos na guerra. 

Henri Paul Hyacinthe Wallon, renomado psicólogo, filósofo, médico e político influente na França, dedicou sua vida ao estudo do desenvolvimento humano. Através de sua experiência com crianças com deficiências e feridos na guerra, Wallon desenvolveu estágios que delineiam o crescimento psicológico. O Estágio Impulsivo-Emocional, do nascimento ao primeiro ano, destaca a imersão afetiva da criança no mundo. No Estágio Sensório-Motor e Projetivo, dos três meses aos três anos, a inteligência predomina, moldando pensamentos em atos motores. O Personalismo, de três a seis anos, marca a formação da personalidade, enquanto o Estágio Categorial enfatiza a ascensão da inteligência sobre as emoções. A adolescência, iniciando aos onze ou doze anos, introduz transformações físicas e psicológicas, marcando a busca pela autoafirmação e desenvolvimento sexual. Wallon, que rejeitava um estágio final, acreditava que o processo dialético de aprendizagem implicava em constante adaptação, nunca se encerrando.

Vejamos mais a fundo o seu pensamento sobre o desenvolvimento humano:

Estágios do Desenvolvimento, segundo Henri Wallon:

Estágio impulsivo-emocional:

Devemos lembrar que Wallon nunca especificou idades limites, ele acreditava num desenvolvimento dialético e interacionista, mas podemos estipular um tempo comum as crianças - o que normalmente ocorre em faixa etária. O Estágio Impulsivo-Emocional vai do nascimento até aproximadamente o primeiro ano de vida, é um estágio predominantemente afetivo, onde a criança está imersa no mundo e não consegue se distinguir dele.

Nesse estágio a criança não possui coordenação motora muito bem desenvolvida, os movimentos são bem desorientados. Entretanto, logo o ambiente facilita para que a mesma desenvolva suas habilidades funcionais, passando da desordem gestual às emoções diferenciadas.

Estágio sensório-motor e projetivo:

Dos três meses de idade até aproximadamente o terceiro ano de vida, a criança passa pelo estágio sensório-motor e projetivo. É uma fase onde a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. A inteligência, nesse período, é tradicionalmente particionada entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos, nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.

Estágio do Personalismo:

O estágio do personalismo é marcado pela formação dos aspectos pessoais da criança, ou seja, da sua personalidade e da autoconsciência. Indo dos três aos seis anos de idade (aproximadamente), a criança tende a apresentar a 'crise negativista': a criança acaba por se opor sistematicamente ao adulto. 

Estágio Categorial:

Aqui temos um período onde há exaltação da inteligência sobre as emoções. Segundo Wallon, a criança desenvolve suas capacidades de memória e atenção voluntária e "seletiva", neste estágio a criança começa a abstrair conceitos concretos e começa o processo de categorização mental onde a criança tem um salto em seu desenvolvimento humano.

Estágio da Adolescência:

Inicia-se por volta dos onze ou doze anos de idade, a criança começa passar pelas transformações de físicas e psicológicas por conta da superexcitarão de seu sistema endócrino - que agora passa por uma nova fase. Se no Estágio Impulsivo-Emocional a criança era regida por emoções desorientadas, aqui o adolescente passa a desenvolver sua afetivamente de forma mais ampla da qual a busca da autoafirmação e desenvolvimento sexual marcam esse estágio. Os conflitos internos e externos se fazem presentes nesse momento.

Aqui cabe uma lembrança: Wallon nunca especificou um estágio final porque nunca acreditou no mesmo. Para ele, o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio. Se aprendemos, então significa que nos adaptamos e esse processo dialético jamais se encerra. 


Leia também: Relação Linguagem e Pensamento - Vygotsky


Fontes e Referências:

WALLON, H. Do ato ao pensamento: ensaio de psicologia comparada. Tradução de Gentil Avelino Titton. Petropólis, RJ: Vozes, 2008.

Galvão, I. HENRI WALLON - UMA CONCEPÇÃO DIALÉTICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL. 22ª Ed. Vozes: 2013.


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