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A Mente segundo Sigmund Freud - Psicanálise

 

A psicanálise, idealizada por Sigmund Freud, se popularizou com certa intensidade no século passado de tal forma que seus conceitos são veiculados de modo errado e distorcido, como sempre acontece com as ideias que sofrem um processo grande de divulgação. Assim, é preciso, antes de mais nada, elucidar o que significa o termo "Psicanálise" ou, no mínimo, o que ela busca compreender. Podemos dizer, com toda certeza, que a Psicanálise é a teoria que pretende, de forma muito objetiva, explicar o funcionamento da mente humana. Somente a partir disso que ela busca métodos de tratamento de diversos transtorno mentais à luz de seu próprio entendimento sobre o aparelho psíquico.

 

A Mente - Segundo Sigmund Freud:

Antes de tudo precisamos esclarecer que dois fundamentos se destacam, na teoria psicanalítica, quando o assunto é o funcionamento da psique. São eles:

  1. Os processos psíquicos são, em sua imensa maioria, inconscientes. A consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total.
  2. Tais processos psíquicos inconscientes são dominados por forças libidinais, ou seja, por tendências sexuais.

Libido e Sexo:

Através dessa premissa, Sigmund Freud explicou a vida humana recorrendo as tendências sexuais que as chamou de forças instintuais ou força libidinal, libido. Para Freud a libido é a força que move o ser humano na obtenção de prazer, evitando assim o desprazer. Logo, a psicanálise compreende as grandes manifestações da psique como um conflito entre as tendências sexuais e as fórmulas morais e limitações sociais impostas pelo indivíduo. Devemos lembrar que tais limitações e regras morais foram, para Freud, criadas na idade primeva da nossa civilização - quer saber mais? Veja Totem e Tabu - e vem se transformando ao longo da evolução da civilização. Muitas vezes essas forças libidinais que buscam, quase sempre, a obtenção do prazer não podem serem alcançadas porque há alguma concepção moral (não via de regra) que as impede e logo será recalcado no inconsciente do indivíduo. Exemplo: Um desejo libidinal do menino dirigido para a mãe, encontra um bloqueio moral de ordem social. Esses conflitos dariam origem aos sonhos, que seriam, segundo a interpretação freudiana, as expressões deformadas ou simbólicas de desejos reprimidos.

 

Saiba Mais: O que é o Complexo de Édipo, em Freud?

 

Id, Ego e Superego:

Lá em 1923, através do livro "O Ego e o Id", Freud expôs uma divisão da mente humana em três partes, sendo elas: O Ego, que é o mecanismo de interação com a realidade objetiva e que busca satisfazer as necessidades do Id. Seria nossa consciência; O Superego, que se assemelha com uma consciência moral; O Id, que é nossos impulsos, nossos desejos, nossas vontades.

 

Para concluir, vários conceitos desenvolvidos por Freud serviram a diversos ramos da psicologia e possibilitaram o avanço dessa ciência que é muito mais do que um simples complemento da psiquiatria, enquanto uma especialidade médica. Isto é, a psicologia não se limita a tratar de distúrbios, mas a tentar explicar os processos psíquicos do ser humano. Finalmente, o tratamento psicanalítico de diversos transtornos mentais continua a se revelar eficaz e a ajudar uma grande quantidade de indivíduos a ficarem em paz consigo mesmo e com a vida. Como já se disse, a psicanálise pode ser um coadjuvante no tratamento de algumas doenças.

 

Então, a Mente é nada mais que apenas um processo, uma engrenagem, que funciona e rege a vida do indivíduo. Freud é muito claro ao falar que se existem o Id, Ego e o Superego é porque só o existem porque melhor explicam os processos inconscientes para a obtenção de prazer. Todos eles atuam juntos, são um único organismo psíquico que, quando dissecado, é possível dividi-lo para um melhor compreendimento da dinâmica que é inerente a ele. Costumo fazer uma crítica aos psicanalistas pós-Freud que generalizaram tudo para forças sexuais, mas a teoria freudiana é muito mais que isso. Freud diz que forças libidinais são as forças motrizes na obtenção do prazer que, conforme saímos do período de latência, transferimos com certa intensidade para o sexo. Perceba, que o sexo é uma ferramenta que conduz essas forças libidinais e não a origem da própria força. Costumo comparar que quando um bebê é amamentado pela mãe ele obtém um prazer, que é a redução de um desprazer (fome), e esse prazer é a primeira transferência libidinal do bebê para com a mãe. Não necessariamente sexual. Algo erógeno, em Freud, não necessariamente é tido como sexual, mas sim como algo por onde se obtém prazer. Há uma linha tênue, mas que é importante saber dividi-la para que melhor possa compreender o aparelho psíquico.

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Quarta-feira, 30 outubro 2024