Qual a diferença entre Ilusão e Alucinação?
Saber diferenciar essas duas alterações da mente humana é de suma importância para a atuação do profissional de psicologia e, enquanto estudantes, torna-se inevitável seu estudo. Devemos conhecer porque tais alterações refletem, evocam, funções psíquicas distintas e que desmascaram possíveis patologias no indivíduo. Devemos sim saber qual o nível de prejuízo mental em um determinado indivíduo, qual é sua relação com o meio: se ele está alucinando ou tendo uma ilusão.
Para isso recorreremos ao professor Paulo Dalgalarrondo, em seu livro Psicopatologia e Semialogia dos Transtornos Mentais, e elucidaremos o enunciado.
Tanto a Ilusão quanto a Alucinação são alterações qualitativas da sensopercepção, tais alterações qualitativas são as mais importantes em psicopatologia. Dentre elas temos: as alucinoses, ilusões, alucinações e pseudoalucinação (DALGALARRONDO, 2019). Continua Dalgalarrondo, a grande e primeira diferenciação entre os termos alucinação e ilusão fora proposta pelo alienista Jean-Étienne Dominique Esquirol (1772-1840):
"Um homem que tem a convicção íntima de estar percebendo uma sensação para a qual não há objeto externo estimulante está, então, em um estado de alucinação[...]".
Ilusão:
Para tanto, já que fora brevemente explicado o que é uma alucinação, vamos explicar sobre a ilusão. Tal alteração da sensopercepção é marcada pela deformação do estímulo causado por um objeto real: imaginemos que o objeto copo está presente no concreto, é real, e partilhado por todos aos redor, mas o sujeito que com essa alteração receberá o estímulo do objeto copo pelos olhos (órgão dos sentidos) MAS quando for realizar uma percepção (em nível de estruturas cerebrais) desse estímulo essa mesma percepção será deformada, podendo ver qualquer outro significante.
Os tipos de ilusões mais comuns são as visuais, mas tais ilusões não são únicas e há indivíduos que apresentam ilusões auditivas também (DALGALARRONDO, 2019). Encontramos também, na literatura, tantos outros tipos de ilusões relacionadas aos órgãos dos sentidos.
Alucinação:
Como já explicado, a alucinação é um transtorno da sensopercepção que mantém relação com o inexistente: a pessoa percebe um objeto, um copo por exemplo, sem que este esteja presente. Logo, para tal transtorno não há necessidade de haver um estímulo para que haja uma percepção errônea sobre o concreto. "Portanto, alucinação é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença de objeto estimulante real" (DALGALARRONDO, 2019, p. 110).
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2019.
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