By Mazin, G. on Terça, 13 Junho 2017
Category: Teorias e Sistemas em Psicologia

O que é o Complexo de Édipo em Freud?

O Complexo de Édipo faz parte do estágio fálico do desenvolvimento psicossexual proposto por Freud, onde o menino desenvolve sentimento de desejo pela mãe e ciúme pelo pai. Sigmund Freud propõe que o menino estabelece certa relação de concorrência emocional com o pai devido ao sentimento de posse (controle) - que é inato ao aparelho psíquico - de sua mãe, nesse caso seu pai seria seu rival na obtenção de carinho e afeto. Há muitas interpretações equivocadas, ao meu ver, por parte dos psicanalíticas quando o assunto é o Complexo de Édipo, quase sempre descrito como tão somente um desejo sexual literal e no meu entendimento tal concepção é débil quanto a rica literatura de Freud sobre o tema.

Freud nos revela que o sentimento libidinoso para com a mãe pertence devido aos sentimentos de controle e insegurança que está instalado no aparelho psíquico, sentimentos esses que fizeram suscitar a proibição do incesto. O fato do menino desejar a mãe tem proporções mais sublimes, não descartando a transferência libidinosa que depois do período de latência se desdobrará como desejo sexual, mas não podemos confundir as expressões do ego na fase fálica que é diferente na fase genital. Devemos lembrar que desejo é a busca do prazer e em tenra idade ainda não houve uma transferência de cunho sexual para esse prazer, tanto psíquica quanto orgânica. Não pretendo contrariar os ilustres pensadores, somente critico a visão muito rasa que muitos psicanalistas têm sobre o tema hoje. Continuando.

O complexo de édipo acontece nas meninas que, movidas por um sentimento de identificação plena para com o genitor do mesmo sexo, deseja assumir o lugar da mãe e tomar a atenção do pai. Podemos encontrar o Complexo de Édipo Feminino com o nome de "complexo de Electra", cunhado por C. G. Jung, mas Freud não concordava com essa nomenclatura porque este enfatiza a analogia da atitude entre os dois sexos.

O que devemos saber sobre o Complexo de Édipo:

Só para melhor ilustra, imagine o seguinte: A criança nutre desejos muito fortes para com seu genitor de sexo oposto, exemplo menino pela mãe, chegando a tal ponto de querer total atenção no alívio de seus prazeres (remeto a prazer como alívio de tensões, comer gera prazer ante a tensão de fome) e como disputa atenção com o genitor de sexo oposto a criança começa a desenvolver sentimentos de aversão pelo mesmo, desejando que ele não existisse e é por isso que dizemos "a criança quer possuir a mãe e matar o pai" em analogia a tragédia grega Édipo Rei. Entretanto, com a criança também ama o genitor do mesmo sexo ela não irá aceitar esse sentimento e recalcará para o inconsciente "até que ocorra o Complexo de Castração".

O Complexo de Édipo, segundo Freud, acontece mesmo se a criança não possuir um dos pais ou se não for criada por nenhum deles. No caso, é referido "pais" como as pessoas que cuidam e não necessariamente que os gerou. Há estudos em casos de pais homossexuais, que é interessantíssimo por sinal e que vai de encontro com o que acabei de dizer, mas também ficará para futuro artigo.

Em termos técnicos: Freud sugere que o primitivo Id quer eliminar o pai, e o Ego sendo o elo de comunicação com o "externo" para a satisfação do Id sabe que o pai é muito mais forte e ocupa uma posição superior da sua. Nesse momento o menino experimenta a angústia de castração (Complexo de Castração): o menino entende as diferenças físicas entre os sexos e assume que o pênis do sexo feminino fora removido e que seu pai também o fará com ele (criança) como castigo por desejar possuir sua mãe.

Se a satisfação de amor no campo do complexo de Édipo deve custar à criança o pênis, está fadado a surgir um conflito entre seu interesse narcísico nesta parte de seu corpo e a catexia libidinal de seus objetos parentais. Nesse conflito, triunfa normalmente a primeira dessas formas: o ego da criança volta as costas ao complexo de Édipo” (FREUD, 1990).

 Logo o Complexo de Édipo é um marco importante na construção do sujeito pois revela a diferenciação da criança em relação aos pais e possibilita a percepção inicial de uma sociedade multifacetada, sendo assim os pais não seriam capazes de dedicar-se exclusivamente ao sujeito. Tal concepção influencia o sujeito adultos.

Esse artigo ficou um pouco raso e superficial, algo mais detalhado e complexo ficará para depois porque quero dispor de alguns livros que me faltam no momento para eu possa melhor referenciar e citar ao longo do artigo. Espero que tenha gostado, até o próximo artigo.

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