By Mazin, G. on Sexta-feira, 02 dezembro 2016
Category: História da Psicologia

O Método de Introspecção de Wundt

Esse artigo é uma continuação de Wilhelm Wundt - O pai da psicologia. Para saber mais sobre a vida de Wilhelm Maximilian Wundt, clique aqui.

O Método de Introspecção de Wundt:

 A introspecção é o ato em que a pessoa analisa seus estados mentais, tomando consciência deles. Crenças, imagens mentais, emoções, memórias (visuais, auditivas, tácteis, olfativas) e pensamentos são conteúdos mentais que são passíveis de intropecção. Em outras palavras a introspecção é a autoanálise da mente a fim de inspecionar e relatar pensamentos e/ou sentimentos pessoais.

"Ciência da experiência consciente", assim descreveu sobre sua nova psicologia. Para ele o método de observação devia utilizar a introspecção para que se obtenha um melhor resultado, porque "somente o indivíduo que passa pela experiência é capaz de observa-la" (Schultz, 2016, p. 72). Tal método era chamado de Percepção Interna por Wundt.

Em seu laboratório, na Unversity of Leipzig, Wundt determinou condições para que fossem feitas as percepções internas (introspecção):

Visando deixar os indivíduos rápidos na observação experiênte e alertas quanto à experiência consciente a ser observada, Wundt submeteu seus alunos a um treinamento persistente e repetitivo, somente assim estariam aptos a realizar mecanicamente as observações necessárias. Na teorias, as pessoas que foram treinadas por Wundt não precisariam de uma pausa para pensar tão pouco para refletir sobre o processo (evitando que a pessoa tive alguma interpretação pessoal) e seriam capazes de, automaticamente, descrever a experiência consciente quase de forma imediata e automaticamente.

"Wundt praticamente não aceitava o tipo de introspecção qualitativa em que as pessoas simplesmente descreviam suas experiências íntimas" (Schultz, 2016, p.73). A descrição que ele buscava estava relacionada aos julgamentos consciente que a pessoa tnha sobre o tamanho, duração e intensidade de vários estímulos físicos, ou seja, "o tipo de análise quantitativa da psico pesquisa psicofísica" (Schultz, 2016).

Um historiador desenvolveu uma ardua pesquisa que envolvia todos os estudos de Wundt buscando dados quantitativos e qualitativos. Ele descobriu que "praticamente em quase todos os 180 estudos experimentais publicados entre 1883 e 1903, nos vinte volumes do  Philosophische Studien, só foram encontrados quatro que usam dados instropectivos qualitativos" (Danziger, 1980, p. 248). Isso ressalta a importância que Wundt dava para os dados quantitativos descritos no paragrafo anterior.

Elementos da experiência consciente:

 Como já sabemos, Wundt definiu o objeto de estudo e a metodologia para a nova ciência da psicologia mas faltava ainda traçar as metas, e ele o fez:

Com as metas traçadas, podemos desviar nossa atenção para os elementos da Experiência Consciente. 

Sensações: Sempre que um orgão do sentido é estimulado e os impulsos resultantes aringem o cérebro. A sensação é classificada pela intensidade, duração e modalidade sensorial. Para Wundt, a sensação era uma das duas formas mais básicas de experiências.
Sentimento: Para Wundt, o sentimento é outra forma basica da experiência porém ele é complemento subjetivo da sensação, "embora não se origine diretamente de um órgão do sentido" (Schultz, 2016). A sensações são acompanhadas de qualidades de sentimento; quando se bominam para formar um estado mais complexo, resultam na qualidade do sentimento.

Com base nisso, Wundt propôs a teoria tridimensional do sentimento: que é a explicação de Wundt para os estados do sentimento, que baseiam-se em três dimensões. Tais dimensões são as de prazer/desprazer, tensão/relaxamento e excitação/depressão.

Apercepção:

Processo pelo qual elementos mentais são organizados, novas propriedades são criadas através da mistura ou combinação desses elementos.

Para Wundt, a apercepção consiste em um processo ativo. Nossa consciência não atua apenas sobre sensações e sentimentos básicos que experimentamos. Ele "reconheceu que, ao olharmos para os objetos do mundo real, nossa percepção é dotada de unidade ou de totalidade" (Schultz, 2016, p. 74). Desse modo, Wundt não acreditava no processo de associação mecânca e passiva.

Críticas a Wundt:

 Quanto a a auto-observação, ele reconhecia que era passivel de um aprimoramento posterior já que se tratava de uma experiência particular. E isso é muito importante dentro das obras de Wundt.

Recomendamos o artigo: Wilhelm Wundt - O Pai da Psicologia Moderna.

Referências:

Schultz, Duane P; Schultz, Sydney Ellen. História da Psicologia Moderna. 10ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

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